Inscreva-se e mantenha-se atualizado!

segunda-feira, 31 de março de 2014

Por que um Deus tão bom enviaria as pessoas para o inferno?


O que é o inferno? Não é apenas um lugar de liberação de altas temperaturas (embora alguns acadêmicos conservadores discordem), mas estar "separado da presença do Senhor" (2 Ts 1.9) - arrancado da união íntima com Deus (Ap 21.3; 22.4). A escuridão e as chamas do inferno (que, se interpretadas literalmente, cancelariam-se mutuamente) são figuradas, e retratam a angústia e a falta de esperança sem Deus. O inferno foi preparado para o Diabo e os seus anjos (Mt 25.41) - seres espirituais, que não são afetados pelo fogo físico.

Vamos tratar de algumas perguntas relacionadas ao inferno que são perturbadoras para crentes e não crentes.

Deus não é injusto em punir as pessoas para sempre, por pecados cometidos durante uma existência terrena limitada?

Os que estão no inferno cometeram o pecado supremo, e infinito - não apenas uma cadeia de pecados finitos - ao rejeitar o relacionamento com o Deus que se deu a Si mesmo. Além disso, o inferno é o resultado lógico de uma disposição de se viver separado de Deus - não apenas cometendo pecados individuais. A punição é adequada ao crime. Você não quer Deus, você não ganha Deus. Há dois tipos de pessoas: as que dizem a Deus: "Seja feita a tua vontade", e aquelas a quem Deus diz: "Seja feita a sua vontade" (C. S. Lewis).


Mas as pessoas no inferno não desejariam estar com Deus, se soubessem como é o inferno?

Não. Os que resistiram a Deus na terra continuam na sua insensibilidade depois (da mesma maneira como os que vivem para Deus na terra continuam a se alegrar nele). A santa presença de Deus é verdadeiramente um "inferno" para aqueles que procurem fazer as suas próprias vontades pessoais. As Escrituras não nos dão informações sobre a existência de algum tipo de arrependimento no inferno. A rebelião, o ódio e o egoismo persistem. O homem rico no inferno (Lc 16.19-26) sente remorso, não arrependimento - não deseja mudar, só encontrar alívio!


Mas como as pessoas devem ser enviadas ao inferno, sem saber o que isto significa?

Mesmo que não estejamos plenamente cientes da angústia do inferno, isto não significa que a nossa escolha represente uma carga impossível de suportar. Deus está pronto a equipar qualquer pessoa para a salvação (Jo 16.8). Embora as consequências de que aceitemos ou rejeitemos a Deus não nos sejam completamente aparentes agora, a graça para fazer uma escolha responsável está disponível a todos. O que impede a salvação para todos? O fato de que os indivíduos escolham livremente rejeitar a graça de Deus. Nós sempre podemos resistir ao Espírito Santo (At 7.51). Deus não envia as pessoas para o inferno; elas rejeitam a Deus livremente, e se condenam, por não admitirem as suas culpas.


Por que Deus não criou o mundo de maneira que todas as pessoas amassem a Ele?

Embora seja teoricamente possível um mundo em que todos amem a Deus, isto não é exequível. Qualquer que seja o tipo de mundo com criaturas livres que Deus possa criar, é impossível que todas estas criaturas estejam livres do pecado; além disto, o amor de Deus não é algo forçado. O inferno - a ausência da presença de Deus - existe, porque, como o Satanás de Milton, as pessoas preferem "reinar no inferno a servir no céu". Deus não é cruel, mas, na verdade, Ele fez e faz grandes esforços para mostrar que a sua graça está disponível a todos. Será que Deus não deveria criar nada, já que muitos resistem voluntariamente a Ele no mundo que Ele criou? Porém, deste modo, Ele estaria privando muitos outros do maior bem possível.


Por que Deus não pôde, desde o início, nos criar como os santos do céu - amando a Deus, e incapazes de pecar?

A forte liberdade na terra - para aceitar livremente a graça de Deus ou resistir a ela - é uma exigência para que uma pessoa chegue ao seu destino final. A nossa direção na terra está "selada" após a morte; o desejo do nosso coração finalmente é concedido - Deus, ou nada de Deus. Assim, Deus não poderia ter criado um estado semelhante ao céu, em que os redimidos não mais pequem, sem danificar esta liberdade vitalmente importante. (Ou, talvez, em lugar de nos "selar" em relação ao pecado na vida após a morte, Deus simplesmente saiba de antemão que nenhum santo pecará livremente, o que já garante uma condição livre do pecado, no estado final).

Finalmente, como Deus deu-se tão plenamente para tornar a salvação gratuita e disponível, por meio de seu Filho, nós podemos de maneira confiante deixar quaisquer questões ainda pendentes sobre o inferno a cargo do seu caráter excelente.

Paul Copan

*Texto extraído da Bíblia de Estudo Defesa da Fé (CPAD)

A falta da fé bíblica.